terça-feira, setembro 06, 2005


Quem em ti arde, sabe no coração a dor do fogo lançado ao meu silêncio cimento de uma noite acordada em cidade e estradas sem fim. Dentro da fúria dos grandes animais soltos para o sangue, a mulher que se move no ar animal dança no centro do fogo com o rosto iluminado; e se te vejo assim, no centro musgado da noite, na violência extrema da saudade, eu sou a solidão esquecida dentro do calor, junto ao sol ou na concavidade dos teus ombros golpeados através das paredes cortadas ao vento. Dentro do meu peito, quando em mim cresces na madeira ardida dos teus dedos, acendes sem saber com o fogo as pálpebras que batem nos meus ombros perdidos para a noite que murmura; e se te vejo assim eu só posso dizer o tempo, que se, move, no fogo das tuas mãos.