sexta-feira, setembro 09, 2005


Em concha surge o teu corpo impalpável pela sombra. Intacta, mão, mar, mulher: tu és dentro do meu coraçãoo todas as intocáveis mulheres que se derrubam inclinadas e assustadas junto às árvores que flutuam nas margens da minha memória. Que abraçadas a derrubam num inverno que se escreve assim, no silêncio vigiado da pele. Abraçadas: mão a mão, mar, mulher, crepúsculo-mulher deitado suavemente na transparência da superfície de todas as noites brancas; onde existes senão na chuva que prematura se adivinha nas nuvens? Criança neblina que em estrela desliza adormecida nos pêlos raros das mulheres, o meu amor, rodeia-me no meio da penumbra.