terça-feira, junho 13, 2006


Era uma grande recapitulação. Era como um círculo que se fechava lentamente por dentro. Como duas mãos que no escuro surdo colidiam sem nome de serem tão brancas pelo escuro fora. Era como um sonho. minúsculo. suave e deitado sobre uma poça azul quando as crianças lá fora sorriam. Lembro-me de nos juntarmos ali todos. Lembro-me de sermos muitos. De estarmos ali e tudo podermos reencontrar naquelas noites em que as árvores junto ao céu batiam contra o vidro do tempo. Lembro-me do diálogo entre as noites e os dias. destes braços monstruosos de um sonho petrificado no grande e belo desmoronamento da minha vida fascinada. Lembro-me disto tudo absorto; como que alimentado pela sombra das sombras mais profundas de uma fotogenia inimaginável e inalcansável pelo inexaurível e ininterrupto lastro das raízes do tempo. pelas raízes, pelas minhas raízes dentro numa terra tremenda. que não esqueço. mesmo no tumulto e queda dos meus dias.