sábado, outubro 29, 2005


Calcinados e doentes são todos os dias que no escuro me respiram. Fechado como um corpo espalhado pela chuva que bate no chão sem resposta, por dentro de mim caem lá fora os dias e os meus ombros são desolados como as paredes lisas de um prédio que abana desentranhado no centro da cidade. que eu sou. fechado. doente. iluminado na enorme cegueira das coisas. decepado como um sonho sem palavras. que se repete no respirar medonho das ruínas. que se repete vibrando sem fôlego por entre a chuva. húmida e que se repete enquanto respiro doente o silêncio sem palavras de um prédio de alto a baixo. extremo, tão extremo que todo ele se coa na luz até cair no chão. como a chuva.