Devagar. lembrava-se com a extremidade dos dedos junto ao peito. estou sentado numa cadeira simples debaixo de um tecto. debaixo de uma mesa estão as minhas pernas. lembro-me daquele cansaço cinzento de nada dizer, de ser longo e velho junto ao tempo infinito de uma aula. lembro-me. lembro-me, e há mil crianças em mim que choram por esta história ser sem história. por cair. por ter caído aqui inútil como as horas debaixo dese telhado. desta mesa. deste minuto a morrer. Bastian poderia ser talvez amanhã, penso. e por dentro aquele terror. aquele terror de escrever. de ser hoje e de haver aquela saudade por sentir debaixo dos sonhos que choravam sozinhos. sozinhos nesta sala tão lisa. sozinhos nas memórias já sem território. sozinhos nesta imagem.
domingo, fevereiro 12, 2006
Devagar. lembrava-se com a extremidade dos dedos junto ao peito. estou sentado numa cadeira simples debaixo de um tecto. debaixo de uma mesa estão as minhas pernas. lembro-me daquele cansaço cinzento de nada dizer, de ser longo e velho junto ao tempo infinito de uma aula. lembro-me. lembro-me, e há mil crianças em mim que choram por esta história ser sem história. por cair. por ter caído aqui inútil como as horas debaixo dese telhado. desta mesa. deste minuto a morrer. Bastian poderia ser talvez amanhã, penso. e por dentro aquele terror. aquele terror de escrever. de ser hoje e de haver aquela saudade por sentir debaixo dos sonhos que choravam sozinhos. sozinhos nesta sala tão lisa. sozinhos nas memórias já sem território. sozinhos nesta imagem.
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