domingo, fevereiro 12, 2006


Devagar. lembrava-se com a extremidade dos dedos junto ao peito. estou sentado numa cadeira simples debaixo de um tecto. debaixo de uma mesa estão as minhas pernas. lembro-me daquele cansaço cinzento de nada dizer, de ser longo e velho junto ao tempo infinito de uma aula. lembro-me. lembro-me, e há mil crianças em mim que choram por esta história ser sem história. por cair. por ter caído aqui inútil como as horas debaixo dese telhado. desta mesa. deste minuto a morrer. Bastian poderia ser talvez amanhã, penso. e por dentro aquele terror. aquele terror de escrever. de ser hoje e de haver aquela saudade por sentir debaixo dos sonhos que choravam sozinhos. sozinhos nesta sala tão lisa. sozinhos nas memórias já sem território. sozinhos nesta imagem.