quinta-feira, março 23, 2006


Vejo os dias que respiram. Vejo-os todos por dentro da grande dor masculina e musculada que é a memória. Através desta luz que martela suavemente a minha carne. ponto após ponto. na brancura do linho lavrado sobre o ar. lá fora chove ainda. os meus pensamentos vão morrendo devagar como que estrangulados por uma alegria que respira com os dias. e digo: eu não sei. eu não sei o tempo. os meses que passam por entre esta chuva. eu não sei, eu não sei dizer esta beleza asfixiada que se debruça nas imagens.