A luz circula rítmica nas veias desta cidade até à minha cabeça coroada de insónias e trevas. Por dentro mim, mãe, há estes corredores interiores, atmosféricos numa ramagem branqueal de sopros, palavras e bebedeiras. Por dentro de mim, mãe, há o cardíaco esplendor deste naufrágio que de noite me acorda enrolado no meu cabelo de avencas azuladas. Eu sei que estou perdido. Eu sei que de nome em nome apenas trabalho o fogo, as mãos, a consciência das estações e dos dias. E de que no tempo nada me restará para viver. Eu sei que a luz circula rítmica e compacta nas minhas veias, na cidade que sou; que me passa unida pelos cotovelos para as pernas e que é funda, chamejante e abrasadora como a extenuante verdade da minha vida perdida nos corredores em que mergulho para dentro de mim, tão fundo como a força que me arrasta para fora. numa pessoa imóvel.
sexta-feira, novembro 11, 2005
A luz circula rítmica nas veias desta cidade até à minha cabeça coroada de insónias e trevas. Por dentro mim, mãe, há estes corredores interiores, atmosféricos numa ramagem branqueal de sopros, palavras e bebedeiras. Por dentro de mim, mãe, há o cardíaco esplendor deste naufrágio que de noite me acorda enrolado no meu cabelo de avencas azuladas. Eu sei que estou perdido. Eu sei que de nome em nome apenas trabalho o fogo, as mãos, a consciência das estações e dos dias. E de que no tempo nada me restará para viver. Eu sei que a luz circula rítmica e compacta nas minhas veias, na cidade que sou; que me passa unida pelos cotovelos para as pernas e que é funda, chamejante e abrasadora como a extenuante verdade da minha vida perdida nos corredores em que mergulho para dentro de mim, tão fundo como a força que me arrasta para fora. numa pessoa imóvel.
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