domingo, maio 07, 2006


.como o caminho que levo. tão surdo. tão mudo. como uma lâmpada num corredor que não dá para lado algum. eu apenas. minúsculo na fuligem dos estrondos e das faíscas numa idade sem mistério e sem memória. como se, envolto, para dentro dos dias, eu fosse esta sombra desfeita. que se despe quando chega a casa. e sobre um futuro desempregado, vertiginoso, arrancado à pressa do coração, eu digo: morrem-me os dias sem ti. correndo pelas ruas do medo, crescendo no mármore pendente dos bancos debaixo do sol. no meio das chamas. ou do escuro.