quinta-feira, julho 07, 2005


Dividida toda a declinação dos meus ombros pela noite, cai o silêncio nos escombros das minhas pálpebras e na minúcia das minhas ruínas; até ao voltear dos dias as minhas asas então misturam-se escolhendo e separando os ramos caídos na luz espalhada pela quietude da minha boca. E enquanto respiravas caía o azul escancarando os pássaros e as árvores que amei junto à morna luz das folhas que agora lentamente regressam junto aos meus animais de sangue. Entornados na luminosidade marmórea das minhas mãos, os cenários animais são as ruínas dos meus sonhos, e o som que me acende a boca quando sobre o vento eu me lembro do teu respirar são as pálpebras leves, as pálpebras lavradas do que dividido se abria no teu rosto para os lábios do teu céu.