Apareciam-lhe imagens queimadas pela luz. arrasadas por um destino sem termo. apareciam-lhe as imagens. aquelas. aquelas cujas asas enormes se perdem num céu nocturno. que canta as quatro da manhã no balcão de uma cozinha. que boia supensa junto ao cansaço. ao cansaço das imagens. ao cansaço das palavras. ultimamente creio que é isto. eu sou o cansaço das minhas palavras, desta massa escura na rigidez da carne que imagina lavrando palavras por dentro do tempo cheio do horror de ser. de ser isto. de estar aqui. destas imagens me assaltarem noite fora. imagens queimadas na luz. palpitando palavras luminosas na linguagem. e eu. eu sou o cansaço das palavras. um clima atroz. um céu nocturno atravessado por lentas aves numa multidão de asas tão lentas como as palavras. porque as imagens. se aprofundam em mim. e pedem-me. mais palavras. mais palavras. queimadas e escritas pela luz.
sábado, julho 29, 2006
Apareciam-lhe imagens queimadas pela luz. arrasadas por um destino sem termo. apareciam-lhe as imagens. aquelas. aquelas cujas asas enormes se perdem num céu nocturno. que canta as quatro da manhã no balcão de uma cozinha. que boia supensa junto ao cansaço. ao cansaço das imagens. ao cansaço das palavras. ultimamente creio que é isto. eu sou o cansaço das minhas palavras, desta massa escura na rigidez da carne que imagina lavrando palavras por dentro do tempo cheio do horror de ser. de ser isto. de estar aqui. destas imagens me assaltarem noite fora. imagens queimadas na luz. palpitando palavras luminosas na linguagem. e eu. eu sou o cansaço das palavras. um clima atroz. um céu nocturno atravessado por lentas aves numa multidão de asas tão lentas como as palavras. porque as imagens. se aprofundam em mim. e pedem-me. mais palavras. mais palavras. queimadas e escritas pela luz.
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