Era um Domingo de Inverno e tu levavas-me pela mão nas ruas daquela cidade. Havia pátios imóveis. Praias que pensavam sozinhas as suas próprias ondas. Ao final da tarde só havia eu e tu. Era Domingo. Tu levavas-me pela mão e os miúdos estavam já quase todos em casa. Era sábado. Havia lugares puros, lugares debaixo da luz, lugares como pétalas feridas pelo chão. Era Domingo e estava frio: os pássaros tornavam-se lentamente a quietude do fim de tarde e eu estava sozinho em ti através das ruas. Lembro-me de pensar que o meu sótão começava também a construir-se ali: sozinho nas tuas mãos, nas ruas quase desertas ou simplesmente dentro do meu pensamento pelos sábados largos e sem razão. Era Domingo e penso que foi naquele fim de tarde, no rosto da única menina que então se movia no pátio deitado sobre o frio que comecei a tornar-me sozinho. Era Domingo e eu ainda não sabia mas sem querer começava a tornar-me o meu sótão.
sexta-feira, junho 08, 2007
Era um Domingo de Inverno e tu levavas-me pela mão nas ruas daquela cidade. Havia pátios imóveis. Praias que pensavam sozinhas as suas próprias ondas. Ao final da tarde só havia eu e tu. Era Domingo. Tu levavas-me pela mão e os miúdos estavam já quase todos em casa. Era sábado. Havia lugares puros, lugares debaixo da luz, lugares como pétalas feridas pelo chão. Era Domingo e estava frio: os pássaros tornavam-se lentamente a quietude do fim de tarde e eu estava sozinho em ti através das ruas. Lembro-me de pensar que o meu sótão começava também a construir-se ali: sozinho nas tuas mãos, nas ruas quase desertas ou simplesmente dentro do meu pensamento pelos sábados largos e sem razão. Era Domingo e penso que foi naquele fim de tarde, no rosto da única menina que então se movia no pátio deitado sobre o frio que comecei a tornar-me sozinho. Era Domingo e eu ainda não sabia mas sem querer começava a tornar-me o meu sótão.
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