quarta-feira, agosto 15, 2007



Se chego então a casa deito-me junto à noite sem palavras ou ideias acesas. Nos meus olhos aguardo a água nas redes do escuro junto aos meus sonhos. Digo uma, duas palavras mansas que logo me esqueço sem porquê, sem qualquer razão que não seja a memória da alegria azul dos braços estendidos dentro do céu. Então deito-me. Vejo o tráfego todo de Lisboa nas pálpebras humedecidas pelo sono que pousa na minha cama como um pássaro raro. Não tenho caminho nem ideias. Devagar mergulho e se perduro caído no silêncio escrevo coisas ao acaso, lanço palavras mornas e que se inclinam sem querer para o meu silêncio.