quinta-feira, julho 14, 2005


Debaixo do a manh'ser há uma insondável e imóvel noite em ruínas; crueldade sem memória, a noite pode muito bem ser o meu rosto arrastado por um sono ferido e de uma brancura sem recordações. E depois, por entre o escuro abismo dos meus dedos, a luz torna-se lenta e impensada enquanto lá fora, onde longe o mar me dobra os lábios, as minhas mãos se volteiam nas chamas para uma inumanidade onde sofro as margens de uma escrita sem leitor possível. Disponho, coloco, introduzo, e aqui eu caio: enquanto são os meus olhos que escurecem e a docura da minha força deixa cair toda a ternura de uma mão aberta no silêncio. São corredores: os corredores correm dentro da minha cabeça, e o meu peito é feito de casas desabitadas por entre a névoa incendiada do a noite ser.