segunda-feira, outubro 10, 2005


Regressam a mim as roupas húmidas e as multidões cegas da cidade. Atravessando o Inverno para dentro da pureza do esquecimento ardem-me as rectas longas no caminho rasgado dos carris sem som. Estes pulsos brancos na minha cabeça, penso. Este caminho. Este lugar perdido do leite, da incandescência dos teus lábios dobrados para o trabalho longo do silêncio. nos carris duros. Este lugar perdido por entre a cidade, este comboio sem ninguém que adormece nas minhas mãos quando regresso. para o Inverno acordado na cidade cega e devastada, na roupa húmida das multidões.