sexta-feira, julho 15, 2005


Deitados sobre os braços os meus bolsos pendurados são o lugar, o único lugar, onde as paredes anoitecem pela luz dentro. Ou a violência do sol, ou os ombros de musgo, não sei. Lentamente o meu casaco é como a face das aves que nascem à superfície do sono e nas pacientes tempestades se confudem com as bermas escuras dos céus. Lá fora a luz cereal amanhece, amanhece sempre, e eu estou acordado junto aos barcos quase inclinados num céu de mãos abertas.